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O Comitê Norueguês de Solidariedade à América Latina, que promove debates sobre os princípios éticos por trás dos investimentos noruegueses, convidou, junto com uma rede de organizações norueguesas, pessoas de Guatemala, Honduras, Brasil e os lapões suecos a apresentar suas histórias, pesquisas e reflexões a um tribunal popular, em março de 2017.
A publicação apresenta um panorama detalhado e evidencias sobre os impactos das plantações de pinheiro e eucalipto em comunidades em três províncias em Moçambique, com um foco sobre uma das principais empresas ativas em Moçambique e na região Sul e Leste da África: a empresa Norueguesa Green Resources. Só em Moçambique, nos últimos, esta empresa usurpou cerca de 265,000 hectares de terras, apropriando-se de terras das quais comunidades dependem para sua sobrevivência.
Portucel Moçambique é uma empresa portuguesa que, entre as empresas de plantações, detém a maior concessão de terras – 356.000 hectares. Seu projeto prevê a construção de uma fábrica de celulose para exportação para o mercado Asiático. O relatório, disponível em Português e Inglês, é baseado numa investigação de campo durante cerca de 4 anos que monitorou a nível das comunidades a perda de terras e meios de sobrevivência das mesmas a este projeto de plantações em grande escala.
Mais de 120 pessoas foram mortas em Honduras desde 2009 por enfrentar empresas que tomam terras e destroem florestas, segundo um relatório publicado em janeiro de 2017 pela Global Witness. O relatório homenageia a defensora dos direitos humanos Berta Cáceres, assassinada em 2 de março de 2016, quando homens armados invadiram sua casa no meio da noite e a mataram.
O relatório descreve como os sistemas de cultivo enraizados nas culturas, nas leis consuetudinárias e na experiência da agricultura camponesa, reunidos ao longo de muitas gerações, diferem da agricultura industrial denunciada em vários artigos deste boletim como apropriação de terras e ameaça às florestas e aos povos que vivem nelas na região do Mekong (e além). O relatório (em inglês) está disponível em:
As maiores corporações de agronegócio do mundo estão lançando um programa de parcerias público-privadas para assumir o controle da alimentação e da agricultura no Sul Global. O programa chama-se Grow e faz parte da “Nova Visão para a Agricultura”, uma iniciativa do Fórum Econômico Mundial (FEM), lançada em 2009 e liderada por 31 das empresas “parceiras” do FEM envolvidas no negócio de alimentos.
A SwissInfo conversa com Kartini Samon, da GRAIN, acerca dos impactos da produção industrial de óleo de dendê sobre as comunidades e do papel dos bancos suíços no apoio à concentração de terras através do financiamento da expansão das plantações de dendezeiros na Indonésia. A entrevista (em francês) está disponível em
Na última década, as Filipinas apostaram fortemente na indústria de mineração, com 47 minas de grande porte em operação e evidências cada vez maiores de seus custos sociais e ambientais. O relatório afirma que a capacidade do país de regular adequadamente ou fechar as minas poluidoras será restringida em muito por uma rede de tratados de investimento assinados pelo país, que dão proteção excessiva aos investidores estrangeiros.
Se a iniciativa prosseguir, o projeto Montagne d’Or, que deve começar em 2018, será a maior mina de ouro em solo francês. Ele não só causará sérios impactos humanos e ambientais, mas também abrirá as comportas para outras mineradoras multinacionais na Guiana Francesa e expandirá a mineração exclusiva para o mercado de joias de luxo. A demanda industrial representa apenas 8% do ouro atualmente extraído. O setor da reciclagem forneceu três vezes essa quantidade em 2015.
Em todo o mundo, os povos indígenas enfrentam prisões, assédio, tortura e morte em nome da conservação da natureza. O Parque Nacional Kaziranga, na Índia, é apenas um infame exemplo dessa tendência desumana. Nos últimos três anos, 50 pessoas foram executadas extrajudicialmente por guardas no conhecido parque nacional onde impera essa política. Membros de tribos correm o risco de serem baleados, espancados, torturados e mortos nas mãos de funcionários do parque, fortemente armados.
Em 21 de março de 2017, as ONGs malásias The Consumers’ Association of Penang (CAP) e Sahabat Alam Malaysia (SAM) se uniram à ação mundial contra a definição de floresta da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Cerca de 200 grupos renovaram sua exigência de que a FAO mude sua definição enganosa de floresta, que tem permitido a expansão das plantações industriais de árvores.