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A rápida expansão do cultivo de dendê em Honduras deixou impactos socioambientais profundos nas populações negra, indígena e camponesa, afetadas gravemente em seu legítimo direito à terra, à alimentação, a uma vida digna, juntamente com a criminalização profunda de sua luta de resistência.
Na Tailândia, tanto o exército quanto os governos civis definem as florestas como uma “mata sem habitantes”, negligenciando que as florestas tropicais sempre foram o lar de comunidades indígenas e camponesas. Algumas leis têm definido as populações locais como invasoras ilegais, permitindo despejos forçados como principal medida para “preservar a terra” – muitas vezes incluindo o estabelecimento de plantações de monoculturas.
A produção de óleo de palma (dendê) barato tem um preço alto: a destruição das florestas tropicais, a exploração dos trabalhadores e a brutal grilagem de terras. Já que está se tornando mais difícil para as empresas de óleo de palma obter terras na Indonésia e Malásia, a atenção delas está se voltando para a África como a nova fronteira para a produção de óleo de palma para exportação a baixo custo.
Um estudo da Agroforestry World mostrou que, embora tenha aumentado a quantidade de cobertura arbórea com um programa de reflorestamento e “pagamento por serviços ecossistêmicos”, a China não foi capaz de proteger as florestas naturais. Plantações para a obtenção de borracha e madeira para celulose substituíram florestas naturais em terrenos inclinados. A equiparação de plantações e florestas nas políticas e estatísticas de manejo florestal permite que os governos escondam os graves impactos ambientais que as plantações causam.
A área de plantações de eucaliptos e pínus na América Latina, a partir da ação de empresas nacionais e transnacionais, duplicou seu tamanho nas últimas três décadas com o objetivo principal de produzir madeira para celulose. O WRM detectou várias novas tendências nesse processo de expansão, tais como a expansão do monocultivo do dendê (palma africana), o avanço das pesquisas com árvores transgênicas, o fenômeno da “economia verde” ou a crescente participação do capital financeiro-especulativo.
Mais de 330 organizações, movimentos sociais e redes internacionais denunciam publicamente a captura corporativa das negociações sobre o clima, que terá lugar de 19 a 23 de setembro na sede da ONU, em Nova York. A declaração, divulgada em 16 de setembro, destaca a necessidade de mudar o modelo econômico em vez de buscar iniciativas baseadas na lógica do mercado, como REDD, Agricultura climaticamente Inteligente e Energia Sustentável para Todos.
Há muito tempo, O WRM vem denunciando a forma como o Conselho de Manejo Florestal (Forest Stewardship Council, FSC) certificou equivocadamente milhões de hectares de plantações de monoculturas de árvores, beneficiando principalmente os interesses das empresas que promovem as plantações. Um dos poucos aspectos que o FSC ainda não alterou em favor das corporações é que ele não permite o uso de árvores geneticamente modificadas (GM) nas áreas que certifica.
Representantes de organizações de diferentes países da América Latina e de redes internacionais, reunidos em La Ceiba, Honduras, constataram, por meio de testemunhos locais, a grave situação enfrentada por comunidades camponesas, indígenas e garífunas devido ao avanço voraz da monocultura de dendê.