Artigos de boletim

O plano do Conselho de Certificação de Madeira da Malásia, MTCC, foi estabelecido para satisfazer as exigências dos mercados ocidentais de um selo verde de madeira tropical, e o MTCC tem sido um pioneiro entre os planos de certificação nacional de países tropicais que realmente investem em obter aceitação do mercado europeu. As delegações malaias, encabeçadas pelo Ministro de Indústrias Primarias, têm visitado a Europa várias vezes, e a promoção ativa de seu próprio plano tem funcionado.
A mineração é uma das atividades impostas pela distribuição internacional do trabalho aos países do Sul ricos em recursos naturais. No entanto, em nenhum caso, ela resulta no bem-estar geral do país; pelo contrário, é mais uma maldição (veja o boletim 71 do WRM). Na Costa Rica, o Comitê Contra a Mineração do Ouro é ativo na denúncia dos numerosos e devastadores impactos da mineração, que têm a ver com a própria mina, com a eliminação de resíduos da mina, com o transporte do mineral e com o processamento do mesmo, o qual, com freqüência, envolve ou produz materiais perigosos.
Os Naso (também conhecidos como Teribe) são uns dos primeiros grupos que se estabeleceram no território do Panamá. Depois de várias expedições armadas européias, a população Naso reduziu-se drasticamente até o ponto que no século XIX restavam menos de dois mil. Atualmente há aproximadamente 4.000 Naso nas duas margens da fronteira entre a Costa Rica e o Panamá, e em geral suas condições de vida são más. No Panamá estão localizados na província de Bocas del Toro, nas florestas noroestes que margeiam o rio Teribe, um importante afluente do rio Changuinola.
Traçar o histórico da pressão estadunidense sobre a política equatoriana poderia nos fazer voltar bem longe no tempo e levaria muitas páginas. Não obstante, para analisar os recentes acontecimentos, podemos mencionar a conferência ministerial da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), realizada em Miami em novembro de 2002, onde os Estados Unidos perderam poder e tiveram de aceitar a proposta do Brasil de uma “ALCA mais flexível”.
O Paraguai, país basicamente agrícola, acha-se no dilema de ter de escolher entre tecnologia ou “ficar no atraso”. Nos últimos quarenta anos, a partir da Revolução Verde, com seu pacote de agrotóxicos e agora transgênicos, a tecnologia aplicada à agricultura vem prometendo vencer os inconvenientes que atentam contra a produção agrícola e resolver o problema da fome.
A comunidade asháninka de Churinashi, na província de Atalaia, na Amazônia peruana, está sofrendo uma situação de violência e recebendo ameaças de despejo forçado de suas terras, territórios e recursos, sobre os quais possui direitos ancestrais reconhecidos na Constituição peruana, conforme ratificação pelo Peru da Convenção 169 da OIT, sobre povos indígenas e tribais, incluída na legislação nacional em 1993, através da Resolução Legislativa 26253.
A “Plantation 2020 Vision” (o programa do Governo Federal focalizado no estabelecimento de 650.000 hectares de plantações de árvores na Tasmânia durante os próximos vinte anos –vide Boletins do WRM números 37, 55, 64-) motiva e estende a violenta história de desapossamento da Tasmânia, quando o destino da população indígena era ser tirada do caminho pelos europeus.
A floresta é o lar de muitos povos, incluída uma parte substancial da população indígena. Segundo um estudo de 1992 sobre a situação dos povos indígenas nas florestas tropicais, financiado pela União Européia, as áreas de floresta tropical do mundo eram habitadas por aproximadamente 12 milhões de índios, 3,5% do total da população da área em estudo. Esse número não inclui índios habitando outros tipos de floresta.
Não é por acaso que a feminilidade está ligada à natureza, à origem e ao mistério. A mulher é fazedora de vida, amamentadora da espécie, transmissora da tradição oral e zelosa guardiã de segredos. Quando do início da conquista de Eldorado, a grande jibóia-mulher serpenteava desde a memória do tempo pela Floresta Amazônica; ela, a serpente cósmica, era o grande rio com seus compridos e enormes braços de água, com seus aprazíveis remansos e suas cálidas e fecundas lagoas.
Em 2002, a organização malaia Tenaganita, junto com a Pesticide Action Network-Asia Pacific (Rede de Ação contra os Pesticidas-Ásia Pacífico), emitiu um estudo que confirmou que as mulheres que trabalham nas plantações estavam sendo intoxicadas pelo uso de pesticidas altamente tóxicos, especialmente Paraquat.
Até agora, a análise da mudança do clima tem estado guiada pela ciência, apresentada em termos de gases de efeito estufa e emissões. Apesar de que as análises científicas continuam sendo muito importantes, os problemas sociais devem ser levados em conta. Embora não há conexões óbvias diretas entre a mudança do clima e as mulheres, seus impactos potenciais em termos de vulnerabilidade socioeconômica e adaptação, colocam às mulheres numa posição chave.
Os Twa são uma nação indígena da região dos Grandes Lagos, na África Central, habitando Burundi, o leste da República Democrática do Congo (RDC), Ruanda e Uganda. Calcula-se que a sua população na região não ultrapassa 100 mil indivíduos. Originalmente, os Twa eram um povo das florestas, viviam da caça e da colheita e moravam nas regiões montanhosas dos lagos Tanganica, Kivu e Alberto, mas, no decorrer do tempo, essas florestas foram invadidas por povos agricultores e pastores, ou entregues para projetos de desenvolvimento comercial e áreas protegidas.