Artigos de boletim

É talvez nas plantações onde a invisibilidade das mulheres é maior. Poucas mulheres são vistas trabalhando entre as inumeráveis fileiras de eucaliptos ou pinheiros. Mas as plantações são muito visíveis para as mulheres, as que sofrem muito seus impactos de diferentes formas.
O desmatamento é via de regra percebido como um problema ambiental cujo resultado é a perda de biodiversidade e impactos nos recursos hídricos e do solo. Entretanto, isso é apenas uma parte do problema. De fato, as florestas são habitadas por milhões de pessoas cujo sustento depende dos recursos que elas fornecem: alimento, madeira, combustível, remédios, fibras, forragem, etc. Portanto, a preservação das florestas é vital para satisfazer as necessidades de subsistência desses milhões de pessoas, que só na Índia foram calculadas em cerca de 150 milhões.
Em janeiro de 1998, coincidindo com a reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, a pequena e luxuosa estação de esqui na Suíça que dá nome ao evento, 192 organizações de 54 países, reunidas na Ação Global dos Povos, redigiram uma “Declaração contra os Globalizadores da Miséria”.
O mundo tem uma Convenção sobre Mudança Climática desde 1992. A assinatura e ratificação dessa convenção envolvem obrigações, tanto legais quanto morais. Ela já foi ratificada pela maior parte dos governos. Porém, depois desses anos todos, eles têm pouca coisa para mostrar em termos de resultados, salvo toneladas de papel utilizado nas infindáveis negociações.
Com uma população estimada em cerca de 100 mil indivíduos, os pigmeus dos Camarões são o povo da floresta mais conhecido e vulnerável da África. Seu estilo de vida está intrinsecamente ligado à floresta, onde acham comida (carne, fruta, mel, raízes, etc.) e produtos para a medicina tradicional, terreno em que são conhecidos como grandes expertos. A floresta é seu hábitat natural e, nela, a maioria continua sendo nômada.
Num continente devastado por mais de vinte conflitos armados, apoiados por interesses estrangeiros e financiados através da pilhagem dos recursos naturais do continente (petróleo, diamantes, ouro, madeira, cobre, cobalto e coltan), a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (New Partnership for Africa’s Development - NEPAD) se apresenta, para alguns, como uma incógnita.
Enquanto os quenianos comemoram seus quarenta anos de independência, a nação indígena Ogiek lembra os quarenta anos de espoliação e marginalização institucional. Os Ogiek têm sofrido opressão e brutalidade sistemáticas, através de uma política de assimilação que visa a sua extinção.
Uma ampla variedade de grupos ambientalistas e da comunidade, órgãos de pesquisa e pessoas que tomam decisões no governo e na indústria se reuniram em Nelspruit, África do Sul, em meados de novembro para discutir um tema candente: o impacto das plantações para madeira.
A Birmânia possui uma fama justificada por seus ricos depósitos de pedras preciosas, entre as que se incluem rubis, safiras e jade. A cidade de Mogok, localizada na zona este da Divisão de Mandalay, na fronteira do estado de Shan, tem sido o centro da extração de rubis e safiras durante oitocentos anos.
Orçando US$ 1,2 milhão, o polêmico projeto de construção da rede de estradas de Ladia Galaska, iniciado há mais de um ano, ligará o litoral oeste de Aceh à costa leste de Sumatra do Norte. Dos 505 quilômetros previstos, mais de 90 quilômetros de estrada atravessam a floresta relativamente prístina das terras altas centrais do Parque Nacional Mount Leuser, importando visíveis impactos negativos e permanentes no meio ambiente.
Calcula-se que aproximadamente 40% do território filipino foi entregue em concessão a multinacionais de mineração. No entanto, esse processo não aconteceu sem oposição. Da região de Cordilheira, no norte das Filipinas, à região sudeste da ilha Palawan, os grupos indígenas Subanen, Tagbunau, Pala’wan, Tau’t bato e Batak (veja os boletins 11, 28 e 67 do WRM) vêm lutando pela defesa de seus territórios dos maciços impactos da mineração.
No dia 1º de dezembro de 2003, a SmartWood suspendeu a certificação pelo Conselho de Manejo Florestal (FSC, em inglês) de duas plantações de teca da Organização Florestal Industrial (FIO). A SmartWood foi credenciada pelo FSC para avaliar se as atividades florestais se ajustam aos princípios do FSC para um bom manejo de florestas e plantações (veja os boletins 48, 64 e 72 do WRM).