Dez anos atrás, em Rio de Janeiro, Brasil, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Cúpula da Terra) deu início a um processo que se continua na próxima Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (CMDS), que se realizará em Johannesburgo, África do Sul, de 26 de agosto a 7 de setembro.
Artigos de boletim
O bosque tropical é um dos ecossistemas mais diversos e ao mesmo tempo mais ameaçados do planeta. Embora os governos coincidiram no diagnóstico, fracassaram na aplicação de medidas internacionais e nacionais destinadas a assegurar sua conservação. Nesse contexto, é importante salientar certos temas fundamentais que é necessário assumir seriamente para que seja possível a conservação dos bosques.
A lógica dos lucros das corporações está determinando o nosso futuro e o das gerações futuras, conformando o sistema internacional emergente, atualmente dominado por instituições que favorecem os interesses das corporações. O resultado mais evidente do atual processo de globalização (a privatização e desregulação) permitiram às corporações usurpar as bases naturais das quais depende a vida.
Diferentemente do que aconteceu com o Banco Mundial, as denúncias sobre os impactos do FMI nas florestas receberam, relativamente, pouca atenção. Não obstante, os empréstimos e políticas do Fundo Monetário Internacional (FMI) têm provocado vastos processos de desmatamento em países da África, América Latina e Ásia.
O Banco Mundial tem uma longa história de destruição de bosques. Da década dos 60 em diante, o Banco financiou projetos destrutivos em grande escala em países tropicais (desde grandes represas hidrelétricas até extensos sistemas de estradas) que, como resultado, deram origem a processos de deflorestamento generalizados.
Para dar maior lustre a suas credenciais verdes na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, o Banco Mundial pretende lançar a iniciativa de um novo fundo em Johannesburgo, destinado à promoção do comércio Norte-Sul de créditos de carbono, segundo as pautas do chamado "Mecanismo de Desenvolvimento Limpo"(1).
Em novembro de 2001, os ministros de comércio de 140 países reuniram-se em Doha, Qatar, para outorgar à Organização Mundial do Comércio (OMC) um novo mandato histórico que poderia intensificar a derrubada de florestas nativas, o esgotamento das pescarias, a queima de combustíveis fósseis, o uso de substâncias químicas tóxicas e a liberação de organismos modificados geneticamente.
A FAO está trapaceando ela própria no jogo de paciência. E julga que ninguém percebe. No mundo todo, presenciamos a alarmante destruição e degradação das florestas, sendo que, nesse processo, são violados os direitos dos povos indígenas, atingidas as bacias, modificadas regiões inteiras, desestabilizado o clima, somem espécies vegetais e animais.
Dez anos depois da ECO, o desmatamento continua avançando na maior parte dos países do mundo e, particularmente, nas regiões tropicais. Em nossos consecutivos boletins, registramos fartamente casos e processos de destruição, por trás dos quais é possível perceber, de um jeito ou de outro, a mão do Norte.
Lembremos que na ECO92 (ou Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento) tiveram lugar duas instâncias: a oficial e, paralelamente, a das organizações não governamentais e povos indígenas.
Neste número, o boletim do WRM faz cinco anos, e desejamos parabenizar vocês e nós mesmos por isso. Esse parabéns em dose dupla não é simples formalidade. Com efeito, para nós, o boletim é essencialmente o resultado de uma constante e frutífera interação entre pessoas e organizações que, no mundo todo, trabalhamos, desde a razão e o sentimento, pela defesa das florestas tropicais e daqueles que nelas habitam. Ele retrata, portanto, visões e objetivos partilhados e se nutre da experiência de milhares de pessoas que, em diferentes níveis, lutam para atingi-los.
Estados Unidos también se ve afectado por el esquema predatorio que en todas partes sustituye bosques por monocultivos de plantaciones de árboles. En el estado de Tennessee, también se lamentan aquellos que saben del peligro que esconden los proyectos orientados a las ganancias a corto plazo.