Artigos de boletim

Em 2002, a esperança venceu o medo. Em 2003, essa esperança poderá materializar-se em um pacto político entre o eleitor de classe média que, assolado pelo desemprego e empobrecido pela política econômica, perdeu o medo da mudança e o eleitor popular, que, acossado pela pobreza e pela violência, perdeu o medo de ser feliz.
Segundo informação disponível na página Web do FSC, no Chile, sete empresas têm suas "florestas" certificadas, abrangendo uma área total de 262.168 hectares. No entanto, somente uma dessas empresas (Las Cruces S.A.) está realmente manejando uma floresta, com uma extensão de apenas 3.588 hectares. O restante (258.580 hectares) são monoculturas de árvores que, infelizmente, continuam sendo consideradas como "florestas" pelo FSC.
No Equador, as florestas de Esmeraldas fazem parte do último remanescente de florestas tropicais do litoral do Pacífico na América. Essas florestas fazem parte da região biogeográfica do Chocó, um dos dez "pontos de aquecimento" do planeta, que vai do sul do Panamá até o norte de Esmeraldas. Nessa área, existem cerca de 10 mil espécies de plantas, sendo que aproximadamente 2.500 são endêmicas. Esse é o lar das nações Awá, Chachi e Tsachila, bem como de comunidades afro-equatorianas que conservam formas de vida tradicionais.
A riqueza das florestas da Papua-Nova Guiné (PNG) é bem conhecida, como também é o nível de destruição em que se encontram por causa da atividade madeireira industrial. Essa atividade não sustentável (na maioria dos casos, ligada a altos índices de corrupção) tem fornecido altos lucros às corporações, ao mesmo tempo privando as comunidades locais de suas fontes de sustento.
Três importantes eventos internacionais relacionados com as florestas tiveram lugar no ano de 2002: a sexta conferência das partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, a Cúspide Mundial para o Desenvolvimento Sustentável e a oitava conferência das partes da Convenção sobre Mudança Climática. Pouca foi sua serventia. Independentemente da retórica e dos compromissos assumidos nessas --e nas anteriores-- reuniões, o certo é que não se percebe nenhum impacto positivo.
Às voltas com uma crescente dívida externa e pressionado pela globalização e a liberalização do comércio, Gana, como muitos países da África ocidental, teve a sua capacidade para financiar o gasto público nacional seriamente limitada. Além disso, a maior parte das exportações dos países africanos vem sofrendo a queda dos preços, o que traz como resultado uma escassa receita oriunda de exportações e contribui para a geração de um grande déficit orçamentário.
Os Sengwer, uma cultura tradicional de colhedores, caçadores e apicultores, são um grupo étnico indígena, do vale Rift do Quênia, que costumava viver em pequenos grupos espalhados por grandes áreas nas chapadas de Kapchepkoilel (Trans Nzoia) e parte de Uasin Gishu.
O logo do Forest Stewardship Council (FSC), com uma árvore bem bonita, enfeita tanto os produtos das plantações industriais de árvores exóticas quanto os produtos autênticos (isto é, aqueles oriundos das florestas). Para a pessoa comum que compra esses produtos, praticamente poderia significar qualquer coisa; contudo, é evidente que a intenção do logo é ajudar a vender os produtos madeiráveis em questão.
Segundo um documento elaborado pela Divisão de Manejo Florestal e Apicultura do Ministério de Recursos Naturais e Turismo da Tanzânia, a Política Florestal da Tanzânia identifica o desmatamento como o maior problema do manejo florestal, e calcula que ele avança num ritmo de 130 mil a 500 mil hectares ao ano. As principais áreas atingidas são as terras não-reservadas que pertencem ao governo. As causas do desmatamento são o despejo para a lavoura, o pastoreio excessivo, os incêndios nas florestas, a queima de carvão e a superexploração dos recursos da madeira.
O WRM vem denunciando a vasta destruição das florestas da Birmânia, resultante dos processos de desmatamento --entre os quais a atividade madeireira comercial desempenha um papel fundamental--, que trazem como conseqüência graves impactos no meio ambiente e nas formas de sustento da população local.
O mangue é um ecossistema litorâneo primário, de grande diversidade biológica, próprio das regiões tropicais e subtropicais, que tradicionalmente foi a base de sustento da população local, fornecendo, entre outros produtos, alimentos --o mangue é área de desova e criação de muitas espécies marinhas--, lenha, carvão e madeira.
Os países do sudeste asiático --em especial, a Indonésia e a Malásia-- possuem mais de 20 milhões de hectares de solos de turfa, o eqüivalente a 60% das turfeiras tropicais do mundo todo. Os pântanos de turfa estão localizados no interior, adjacentes à área de manguezais litorâneos, e, com freqüência, se expandem de 3 a 5 km sobre as planícies de inundação dos rios. Caracterizam-se por uma grossa camada de turfa de 8 a 20 metros, principalmente constituída de matéria vegetal semidecomposta acumulada por mais de 8 mil anos.