Artigos de boletim

Limitando com a República da Colômbia, a província de Darién, no extremo oriente da República do Panamá, e é uma das regiões com maior diversidade biológica do istmo centro-americano, apresentando, atualmente, um acelerado ritmo de destruição dos recursos. A região é habitada por populações de quatro grupos étnicos diferentes: afro-colombianos, indígenas emberá-wounan, camponeses darienitas e colonos de outras regiões do país, camponeses sem terra procurando melhorar suas condições de vida.
A cidade de Esquel, nas margens do arroio Esquel, está cercada por morros cujas encostas formam um impressionante anfiteatro, realçado por florestas laterais da região de florestas subantárticas e, em particular, da chamada Floresta Valdiviana, na província de Chubut, no oeste da Patagônia argentina. Seus 31 mil habitantes vivem e desfrutam de um entorno que eles próprios descrevem como uma cidade cuja natureza surpreende o viajante todas as estações do ano, pelas paisagens de inusitada beleza, árvores milenárias, rios e centenas de espelhos de água protegidos por enigmáticas florestas.
Uma equipe de 7 pesquisadores realizou uma avaliação das certificações da empresa V&M (Vallourec&Mannesman) Florestal Ltda., que teve em 1999 toda sua área de 235.886 hectares certificada pelo FSC através da certificadora SGS, bem como da Plantar Reflorestamentos S.A., que teve uma área de 13.287 hectares certificada pela SCS. Com a certificação, a V&M Florestal se tornou a empresa com a maior área certificada no Brasil.
Há anos que a nação Mapuche, no Chile, vem lutando contra as empresas florestais, nacionais e transnacionais, e o Estado pela devolução de suas terras. Na VIII, IX e X regiões, onde a população mapuche supera os 337 mil habitantes, o avanço da invasão florestal de monoculturas de espécies florestais trouxe como conseqüência o etnocídio territorial mapuche. A falta de terras e a destruição cultural e ambiental do ecossistema das comunidades adjacentes às plantações fazem com que muitas se ergam em sua autodefesa.
No Uruguai, todas as florestas são protegidas pela legislação e a sua exploração é proibida, a não ser que exista uma autorização expressa dos órgãos encarregados de cuidar de sua conservação. Portanto, nesse país, a certificação é um instrumento totalmente desnecessário para garantir a conservação das florestas. Não obstante, basta entrar na "lista de florestas certificadas", da página web do FSC, para descobrir a existência de 75 mil hectares de "florestas" certificadas no país.
Os proprietários das terras tradicionais de Maisin e Wanigela, na região de Collingwood Bay, na província do Ouro, têm muito o que comemorar. Em maio de 2002, o Tribunal Nacional de Waigani devolveu as terras tradicionais que tinham sido arrendadas do Estado no início de 1999, através de um contrato de arrendamento-retroarrendamento com a Keoro Development Corporation, uma empresa latifundiária local. A idéia era despejar a área para dar lugar a plantações de dendezeiro. As terras em questão abrangem 38 mil hectares de rico solo vulcânico, com uma área de floresta muito vasta.
Há anos que os militantes sul-africanos vêm fazendo campanhas contra a expansão das plantações de árvores exóticas. Wally Menne, da Timberwatch Coalition, diz que "a certificação de plantações de monoculturas madeiráveis como 'florestas em manejo sustentável', por parte do Conselho de Manejo Florestal (FSC, em inglês), é uma verdadeira caçoada ao conceito de meio ambiente sustentável e manejo de ecossistemas".
A conservação das florestas do mundo requer a adoção de uma série de medidas que impliquem uma mudança de rumo em relação ao atual modelo de destruição. Visto que tanto as causas diretas de degradação das florestas como as indiretas foram devidamente identificadas, o próximo passo consiste em adotar as medidas necessárias para a sua remoção.
Além do boletim eletrônico mensal, uma outra ferramenta utilizada pelo WRM, para apoiar e divulgar os temas no quais centra suas atividades, é a página web: http://www.wrm.org.uy. Na seção "informação por tema", aparece uma relação de numerosas categorias, entre as quais está o manejo florestal comunitário. Ali, são incluídos todos os artigos sobre essa questão publicados no boletim do WRM, além de outros documentos de interesse, como, também, enlaces a outras páginas relacionadas com esse tipo de manejo.
No mês de maio de 2002, um grupo de participantes na 4a Reunião Preliminar da Cúspide Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (CMDS), de Joanesburgo, resolveu se unir em torno a um objetivo comum, para influir nos delegados governamentais quanto à necessidade de reconhecer o manejo comunitário e indígena das florestas, como instrumento viável para mitigar a pobreza e conservar o meio ambiente do planeta.
Para os moradores locais confiarem em que vão receber os frutos de seus esforços, o manejo florestal comunitário requer a garantia de posse da terra. O mapeamento comunitário pode ser uma ferramenta poderosa, para ajudar as comunidades a equacionar a questão de suas terras, representar seu sistema de uso da mesma e fazer vingar seus direitos sobre florestas cujo controle procuram garantir.
Embora na Guatemala 20% das áreas de floresta estejam sob sistemas de áreas protegidas, o contínuo avanço da fronteira agrícola, produto da distribuição desigual dos meios de produção -em particular, da terra-, fomentou a pobreza e a exclusão social. Essa situação agrava-se nas áreas rurais, onde a maior parte da população depende das florestas.