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As operações da Green Resources – uma empresa norueguesa de plantação industrial de árvores e compensação de carbono – resultaram na perda de terras e meios de subsistência e no aumento da fome em comunidades de Kachung e Bukaleba – onde estão as duas instalações da empresa em Uganda. Sua única compradora de créditos de carbono, a Agência Sueca de Energia, suspendeu um acordo de quatro milhões de dólares em 2014, até que houvesse solução para dez principais queixas associadas ao projeto.
Centenas de membros do povo baiga se reuniram em março de 2018 para se contrapor às tentativas das autoridades de expulsá-los das florestas nas quais vivem e que administram desde tempos imemoriais. Unindo as forças de mais de 70 aldeias diferentes, os protestos foram provocados por iniciativas oficiais para expulsar duas comunidades baiga de um “corredor” de vida selvagem.
Um relatório do Grupo ETC compara o sistema alimentar industrial com a pequena agricultura. A agricultura industrial recebe toda a atenção (e a maior parte da terra). É responsável por mais de 80% das emissões de combustíveis fósseis e usa mais de 70% do suprimento de água consumida na agricultura, mas produz apenas cerca de 30% da comida do mundo. Por outro lado, uma diversificada rede de pequenos produtores alimenta 70% do mundo, incluindo as pessoas mais famintas e marginalizadas.
A empresa francesa de energia EDF retirou sua ação cível contra um conjunto de ativistas britânicos envolvidos no grupo No Dash for Gas, que ocupou uma das usinas de energia da empresa em outubro do ano passado, depois de uma resposta massiva de solidariedade por parte da sociedade civil.
A Suíça é um país pobre em matéria-prima e, mesmo assim, a cada ano, 70% do ouro extraído no mundo são refinados lá. O país abriga quatro das maiores refinarias do mundo, mas de onde vem todo esse ouro processado e comercializado? A Sociedade para os Povos Ameaçados (Société pour les Peuples Menacés – SPM), na Suíça, examinou o comércio mundial de ouro, com um olhar detalhado sobre os casos do Peru, dos Emirados Árabes Unidos, do Sudão, da Libéria e da República Democrática do Congo.
Em março de 2018, ativistas da Amigos da Terra Finlândia e de uma associação de solidariedade aos sem terras do mundo inteiro (Maattomien ystävät ry) fizeram outra vez um protesto na Finlândia durante a assembleia geral dos acionistas da empresa Stora Enso que, juntamente com a brasileira Fibria, é a proprietária da Veracel Celulose no Brasil.
O Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais, ou World Rainforest Movement (WRM), é uma iniciativa internacional que visa a contribuir com lutas, reflexões e ações políticas de populações que dependem da floresta, povos indígenas, camponeses e outras comunidades do Sul global. O WRM faz parte de um movimento global por justiça social e ambiental e por respeito aos direitos humanos e coletivos. Sua contribuição ajudará o WRM a continuar seu trabalho de apoio às lutas das comunidades e a investigar e denunciar as causas diretas e subjacentes do desmatamento.
Foi lançada a sexta e mais recente edição de “Trait d’Union”, uma revista trimestral que conecta as associações de populações cercadas por plantações de palma de dendê da SOCAPALM, sindicatos de trabalhadores e plantadores de dendê. A revista traz mais de 15 artigos relevantes, destacando diferentes aspectos das lutas em torno dessas plantações de dendê em Camarões. Desta vez, queremos destacar dois artigos:
Produção audiovisual realizada em território indígena Shiwiar, na Amazônia equatoriana, expõe a realidade e a resistência dos povos diante do extrativismo dos bens comuns, em especial a luta das mulheres como gestoras da vida e defensoras da terra e das águas. Assista o vídeo, em espanhol, aqui.
O relatório State of Power 2018 (Situação do Poder 2018) do Transnational Institute destaca três entrevistas com mulheres ativistas que demonstraram coragem, determinação e criatividade incríveis para enfrentar o poder das grandes empresas e a violência do Estado.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) alerta que as mulheres são a parte atingida de forma mais intensa e que tem seus direitos mais brutalmente violados com a construção de barragens. Um drama bastante reconhecido é o incentivo à prostituição e ao tráfico de mulheres, problemas que acontecem com conivência das empresas.