Artigos de boletim

Diante do aumento dos preços das matérias-primas e da acumulação de alguns minerais por certas economias emergentes, a Europa afia as unhas. Os países do Sul que abrigam grande quantidade de bens são, como sempre, os que acabam perdendo, em especial, suas populações.
É óbvio que a atividade de mineração pode representar uma ameaça à integridade das florestas. O fato de limpar a vegetação superficial e os solos para ter acesso aos minerais subterrâneos tem repercussões evidentes e frequentemente de longa duração. O desgaste provocado na superfície pelas próprias jazidas, com a erosão e colmatagem decorrentes, agrava-se pela quantidade de detritos, os poços de vertedura, os trabalhos de mineração associados, os lençóis freáticos alterados e as mudanças químicas locais.
Na Guatemala as autoridades governamentais continuam promovendo a mineração de metais, apesar do descontentamento generalizado em comunidades locais e povos indígenas, que têm realizado uma série de consultas a vizinhos e de boa-fé, nas quais  evidenciam sua total rejeição a esta atividade. Durante anos, a mineração metálica era planejada e explorada nas serras e cadeias montanhosas, mas há mais de dois anos surpreendeu a notícia de quatro licenças que visavam a prospecção e reconhecimento de ferro e outros minerais metálicos no litoral sul do país.
A UNEP (Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente) lançou um novo relatório chamado “Desconectando o uso de recursos naturais e impactos ambientais de crescimento econômico” (1). (Decoupling natural resource use and environmental impacts from economic growth). O relatório apresenta um dado assustador em termos de consumo de recursos naturais no mundo.
Em 2009, a Rio Tinto, uma das maiores empresas mineradoras do mundo, explicou que esperava usar REDD, “como uma ferramenta econômica para compensar a pegada de carbono da Rio Tinto e para conservar a biodiversidade”. Isso, em poucas palavras, explica o interesse da indústria mineradora nos mecanismos REDD. As empresas esperam continuar com a mineração, enquanto investem, comparativamente, pequenas quantidades de dinheiro em créditos REDD para “compensar” a destruição.
O ouro está em alta por décimo ano consecutivo. Ultimamente, investidores, agentes e bancos centrais têm visado a ele como refúgio seguro diante da situação instável da economia global. Isso acarreta graves consequências já que a extração de ouro é uma das práticas mineiras mais destrutivas e poluidoras. O olhar das mineradoras recai na América Latina, e na Colômbia se acendeu uma autêntica febre do ouro. Por outro lado, a resistência popular em defesa da vida, a água, o meio ambiente e a cultura vem se intensificando dia após dia.
A província de Palawan  abriga a floresta mais bem conservada e mais diversa ecologicamente nas Filipinas que está habitada por comunidades indígenas vulneráveis que vivem em isolamento parcial.
Os recursos naturais e ambientais da África que incluem terras, minérios, gás, petróleo, madeira, águas territoriais, entre outros, têm sido o alvo da persistente luta  pelo continente. Os recursos naturais costumam ser o foco da briga por África.
Em um estado como Orissa, no que os Dalit e os grupos tribais abrangem quase 40% da população total, o assunto do ‘acesso’ à terra e aos recursos (florestas, água, etc.) tem sido central para todos os conflitos. Para as comunidades tradicionais, o ‘acesso’ está vinculado diretamente aos paradigmas de civilização e ethos cultural, que decidem sua ‘economia’ e não o contrário, que pode ser verdadeiro para civilizações modernas e tecnocêntricas. Portanto, nas áreas tradicionais, a negação do ‘acesso’ aos recursos tem um impacto direto na ‘segurança alimentar’.
O Conselho de Manejo Florestal (FSC) foi formado em 1993 para certificar o manejo de florestas nativas de forma ‘socialmente justa, economicamente viável e ambientalmente adequada’. Em 1996, o FSC aprovou a possibilidade de certificação de plantações de monoculturas de árvores, decisão que tem sido alvo de inúmeras críticas na medida em que milhões de hectares de monoculturas de árvores estavam conseguindo obter o selo FSC (vê o editorial do boletim 163 do WRM).
Os negociadores do clima da ONU concluíram seu segundo encontro de 2011 em Bonn no mês de junho sem abordar a questão chave de reduzir a poluição do clima e sem discutir como as emissões de gases, que são a causa principal da mudança climática, serão reduzidas, quem fará isso ou quem pagará por isso. Os grupos de justiça climática expressaram sua crescente preocupação por não ter conseguido que os países ricos e industrializados decidissem ações reais para enfrentar a mudança climática como:
Além de celebrarmos, em maio, o dia da biodiversidade, também estamos às vésperas de mais um evento no âmbito da Convenção do Clima. Trata-se da 34ª sessão de dois órgãos, SBI e SBSTA, que têm o papel de assessorar e orientar a Convenção do Clima. A sessão ocorrerá em Bonn, na Alemanha, entre os dias 6 e 16 de junho.