A multinacional estatal sueca Vattenfall é o quinto produtor de energia na Europa. Sua filial Vattenfall Europe, sediada em Berlim é uma das quatro grandes empresas no mercado energético alemão. Nesse país, a produção energética da Vattenfall depende principalmente do carvão (65%) –com minas próprias de linhito no leste da Alemanha- e urânio (26%). Mas a empresa também aposta em fontes de energia supostamente limpas, como a madeira.
Artigos de boletim
Um novo ciclo de expansão: plantações para carbono e biomassa
No ano passado eu estava em Bangkok para uma reunião sobre mercados do carbono no sueste da Ásia. Era irônico estar discutindo uma falsa solução para a mudança climática quando grandes áreas da Tailândia estavam alagadas e as inundações estavam ameaçando a capital. (Apesar de que não podemos dizer que essa inundação em particular foi causada pela mudança climática, podemos dizer que esse tipo de inundação vai tornar-se mais comum à medida que o planeta continue aquecendo-se.)
Na próxima semana terá lugar em Mali uma conferência internacional de agricultores com o objetivo de deter a apropriação de terras. Organizada por La Via Campesina, visa a abrir um espaço para ouvir e aprender dos agricultores locais principalmente dos países africanos a respeito de que eles dizem da apropriação de terras; de unir forças para resistir ao processo e de construir futuras estratégias.
O estado do Acre, na Amazônia brasileira, ficou conhecido no mundo inteiro no final dos anos 1980 pela luta por justiça social e ambiental de Chico Mendes. Nos últimos anos, o estado novamente ganhou destaque no Brasil e em âmbito internacional, porém de uma forma bastante diferente. Trata-se da propaganda em torno de um modelo ´verde´ de desenvolvimento, puxado por um ´governo da floresta´, baseado no chamado ´manejo sustentável´ da mesma e na venda de serviços ambientais. Conta-se hoje uma história positiva e ´verde´ do Acre.
As novas abstrações criadas pelo discurso da mudança climática na forma de REDD e REDD+ vieram aprofundar a mercantilização das florestas já que se gerou maior mobilidade e se fez possível o comércio através de países e continentes por meio de programas florestais e de mitigação do clima, afirma Kanchi Kohli e Manju Menon, da organização indiana Kalpavriksh, na recente publicação “Banking on Forests: Assets for a Climate Cure?” (Investindo em florestas: ativos para a cura do clima?)
Há milhares de anos que, em especial as mulheres, mas também os homens de diferentes povos em várias partes do mundo têm garantido a soberania alimentar, baseando-se na biodiversidade das regiões onde vivem. Com sabedoria, souberam distinguir e utilizar sementes, raízes, frutas, folhas, árvores, arbustos, plantas medicinais, animais, peixes e muito mais.
Mas o nosso mundo chamado de moderno conseguiu reduzir de forma drástica a riqueza da biodiversidade, introduzindo monoculturas em larga escala para a produção de alimentos e produtos como madeira.
A soberania alimentar, que põe seu foco na autonomia local, os mercados locais e a ação comunitária e incorpora aspectos como a reforma agrária, o controle territorial, a biodiversidade, a cooperação, a saúde e muitos outros assuntos vinculados à produção de alimentos, transforma- se em um processo de resistência popular. E, como já dissemos no Boletim 115, a conceituação da soberania alimentar não apenas está imersa nos movimentos sociais que impulsionam essas lutas, mas também permite que eles se aglutinem em torno de um acordo comum de objetivos e ações.
Desde o ano 1997 publicamos mensalmente o boletim eletrônico do WRM. Atualmente, o boletim é enviado em quatro línguas a mais de 15.000 assinantes. Neste mês iniciamos uma enquete para fazer uma avaliação, com o objetivo de aprimorá-lo e conseguir que cumpra da melhor forma sua missão de ser uma plataforma de informação de dupla via e uma ferramenta para as lutas das comunidades.
Convidamos vocês para que participem e respondam à breve enquete para que o boletim cumpra sua missão da melhor forma.
No passado 21 de setembro, em ocasião do Dia Internacional de Luta Contra as Monoculturas de Árvores, organizações socioambientais da África, América Latina, Ásia e Europa reuniram-se em Montevidéu, Uruguai, para intercambiar conhecimentos e experiências de resistência aos impactos das plantações de árvores. Como resultado da reunião, foi divulgada uma Declaração que pode ser acessada em:http://www.wrm.org.uy/plantaciones/21_set/2011/Declaracion.html
Lembramos a vocês que estamos no facebook emhttps://www.facebook.com/WorldRainforestMovement Entre outras coisas, podem acessar as fotos da última reunião internacional do WRM bem como da saída de campo e todas as novidades que irão alimentando o site.
As monoculturas em larga escala para a produção de alimentos foram sendo introduzidas, acompanhadas pelos ´pacotes tecnológicos´ da ´revolução verde´ que, ao longo dos anos, têm envenenado e empobrecido a biodiversidade. Isso tem afetado em especial as mulheres, por elas, em muitas comunidades ao redor do mundo, serem as principais responsáveis para cuidar da saúde, do abastecimento de água e da produção de alimentos, atividades muito atreladas à conservação da biodiversidade.