A soberania alimentar, que põe seu foco na autonomia local, os mercados locais e a ação comunitária e incorpora aspectos como a reforma agrária, o controle territorial, a biodiversidade, a cooperação, a saúde e muitos outros assuntos vinculados à produção de alimentos, transforma- se em um processo de resistência popular. E, como já dissemos no Boletim 115, a conceituação da soberania alimentar não apenas está imersa nos movimentos sociais que impulsionam essas lutas, mas também permite que eles se aglutinem em torno de um acordo comum de objetivos e ações.
Artigos de boletim
Desde o ano 1997 publicamos mensalmente o boletim eletrônico do WRM. Atualmente, o boletim é enviado em quatro línguas a mais de 15.000 assinantes. Neste mês iniciamos uma enquete para fazer uma avaliação, com o objetivo de aprimorá-lo e conseguir que cumpra da melhor forma sua missão de ser uma plataforma de informação de dupla via e uma ferramenta para as lutas das comunidades.
Convidamos vocês para que participem e respondam à breve enquete para que o boletim cumpra sua missão da melhor forma.
No passado 21 de setembro, em ocasião do Dia Internacional de Luta Contra as Monoculturas de Árvores, organizações socioambientais da África, América Latina, Ásia e Europa reuniram-se em Montevidéu, Uruguai, para intercambiar conhecimentos e experiências de resistência aos impactos das plantações de árvores. Como resultado da reunião, foi divulgada uma Declaração que pode ser acessada em:http://www.wrm.org.uy/plantaciones/21_set/2011/Declaracion.html
Lembramos a vocês que estamos no facebook emhttps://www.facebook.com/WorldRainforestMovement Entre outras coisas, podem acessar as fotos da última reunião internacional do WRM bem como da saída de campo e todas as novidades que irão alimentando o site.
As monoculturas em larga escala para a produção de alimentos foram sendo introduzidas, acompanhadas pelos ´pacotes tecnológicos´ da ´revolução verde´ que, ao longo dos anos, têm envenenado e empobrecido a biodiversidade. Isso tem afetado em especial as mulheres, por elas, em muitas comunidades ao redor do mundo, serem as principais responsáveis para cuidar da saúde, do abastecimento de água e da produção de alimentos, atividades muito atreladas à conservação da biodiversidade.
Na África há uma história que tem perdurado ao longo dos anos sobre uma mulher do Mali de nome Nyéléni, que desafiou o poder patriarcal desde a agricultura, considerada uma tarefa de homens. Além de superar os homens em numerosas competências agrícolas, Nyéléni venceu também a aridez do território e conseguiu domesticar lavouras de grãos como o fonio e o samio, que permitiram alimentar toda a população malinesa.
Tecnologia Terminator em cultivos agrícolas e árvores transgênicos: uma ameaça a soberania alimentar
“Eu venho de uma família que tem a semente como uma coisa sagrada. No tempo do meu pai, os vizinhos dormiam tranqüilo pois sabiam que meu pai tinha semente garantida para o plantio”. (Agricultor familiar - Paraíba)
As sementes são o maior patrimônio dos agricultores. São a base para a produção agrícola, portanto para a alimentação de qualquer nação. Durante dez mil anos, comunidades de agricultores, indígenas e povos tradicionais melhoraram e multiplicaram suas sementes livremente, fazendo da troca de sementes um momento de união e partilha entre povos e nações.
Centenas de homens e mulheres indígenas, pescadores e ribeirinhos, ocuparam no dia 27 de outubro o canteiro de construção de uma das maiores hidreléctricas do mundo, Belo Monte, no Pará, Brasil, obra que terá impactos devastadores sobre a vida das populações locais. Era um protesto contra a intransigência do governo em dialogar, bem como contra a postura do governo brasileiro que se negou a comparecer numa audiência convocado em Washington pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA que quer explicação porque as comunidades afetadas não foram propriamente ouvidas.
No último dia 16 de agosto, perdemos o querido companheiro Ricardo Carrere. Se por um lado temos que lidar com a perda de um grande companheiro e amigo, por outro lado, Ricardo nos deixou um legado enorme.
Ricardo Carrere faleceu na madrugada do dia 16 de agosto de 2011, em decorrência de um câncer pulmonar que sofreu durante algum tempo, e cuja evolução quis manter tão discretamente quanto possível. Em poucos dias tudo correu aceleradamente e a triste notícia nos tomou completamente de surpresa.
No dia 21 de setembro, foram coordenadas várias atividades ao redor do mundo a fim de celebrar o Dia Internacional de Luta contra as Plantações de Árvores.
Nos últimos 5-6 anos, o tema das florestas tem ganhado novamente destaque em âmbito internacional. Porém, isso ocorreu de uma forma bem particular: é o debate de como conservar ao máximo o carbono presente nas florestas. Reduzir as emissões de carbono de florestas que resultam do desmatamento e degradação florestal têm sido objeto de elaboração de políticas nas conferências mundiais do clima, com destaque para uma palavra esquisita e de difícil compreensão para muita gente: REDD ou, mais recentemente, REDD+.