Artigos de boletim

O Povo Indígena Motilón Bari está assentado há millares de anos na bacia do rio Catatumbo no departamento de Norte de Santander. É uma zona florestal com uma extensão de aproximadamente 126.600 hectares e faz fronteira com a Venezuela. Possui um potencial importante quanto à biodiversidade, madeiras e minerais, hidrocarbonetos e recursos hídricos em suas florestas úmidas que agem como filtro natural para o lago de Maracaibo na Venezuela.
Mais de 400 jovens de ambos sexos participaram, no dia 13 de maio, de uma ação contra as plantações da empresa japonesa EUCAPACIFIC na povoação de Tortuga, localizada no cantão Muisne, província de Esmeraldas. A ação- anunciada publicamente no dia anterior em Muisne- está contextualizada na crescente oposição contra as grandes monoculturas de eucalipto desta empresa, que têm abalado profundamente a região, acabando com a água, a flora e a fauna que antes eram abundantes e podiam ser usadas pela população local e expulsando os próprios moradores da zona.
No sul do Parque Nacional Yasuní (vide Boletim Nº 96 do WRM) há uma guerra desigual. Lanças contra espingardas. O Parque Nacional Yasuní abrange 982.000 hectares. Está localizado no território Huaorani, nas províncias de Napo e Pastaza e faz parte da chamada Zona Intangível, onde moram povos das etnias tagaeri e taromenane em situação de isolamento voluntário.
Em 1729, Jonathan Swift -que dedicou grande parte de sua obra à luta pela Irlanda contra o domínio inglês- publicou sua sátira “A Modest Proposal for Preventing the Children of Poor People in Ireland from Being a Burden to their Parents or Country, and for Making them Beneficial to the Public” (Uma proposta modesta para impedir que os filhos das pessoas pobres da Irlanda sejam um fardo para os pais ou para o país, e para torná-los proveitosos ao interesse público) (ele sugeria que deveriam ser bem alimentados e depois transformados em comida).
O Instituto Florestal da Nova Zelândia está organizando sua conferência de 2006 sob o título de “absolutamente e positivamente florestas”. Apesar de que o título está aberto para discussão sobre seu verdadeiro -e provavelmente muito profundo- significado, consideramos que poderia significar que a reunião vai: 1) estar absolutamente e positivamente focalizada nas florestas ou 2) tentar convencer todo mundo que as plantações do pinus Radiata são absolutamente e positivamente florestas.
A Oitava Conferência das Partes (COP-8) da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CBD, por sua sigla em inglês) finalizou em 31 de março com duas importantes decisões relacionadas: a confirmação da moratória sobre o uso da chamada “tecnologia terminator” (tecnologia de genes exterminadores) e a recomendação que os países ajam com cautela ao abordarem o uso potencial de árvores geneticamente modificadas.
O controle do Parque Nacional de Omo no sul da Etiópia está sendo assumido pela organização de conservação holandesa African Parks Foundation (APF) e 50.000 membros de tribos estão ameaçados de deslocamento e/ou de perda de acesso a seus recursos vitais de sobrevivência. O Parque Nacional de Omo de 1.570 milhas quadradas é o lar dos povos tribais Suri, Dizi, Mursi, Me'en e Nyangatom. Esses povos tribais moram ou utilizam quase o parque inteiro para cultivar e pastar gado. Essas terras têm sido seu lar por séculos.
A Reserva Florestal Omo – localizada no sudoeste da Nigéria – foi constituída legalmente como reserva florestal pela Portaria Nº 10 do ano 1925, a qual foi, posteriormente, emendada em 1952. A floresta, desde então se manteve praticamente inexplorada. A floresta foi transferida ao governo como reserva no dia 8 de outubro de 1918. O acordo foi realizado entre o Oficial do Distrito, Ijebu Ode como representante do governo colonial britânico e o Awujale de Ijebu Ode em representação da administração Ijebu Native. A Reserva Florestal Omo, com seus 1.305,5 km2 .
Como parte de um processo de dois anos para revisar a política do FSC sobre a certificação das plantações madeireiras, membros do grupo de trabalho de políticas visitou recentemente a África do Sul para sua reunião final. Seguem citações do relatório sobre a viagem de campo a áreas de plantações, redigido por Wally Menne (membro da coalizão local “Timberwatch Coalition”).
Aung Ngyeh, um Karenni de 31 anos fugiu para a Tailândia em 2002, tendo sido expulsado pela força de sua casa no Estado de Karenni pela guerra militar birmanesa contra as populações étnicas. Agora mora no campo de refugiados ao longo da fronteira tailandesa e trabalha com o Grupo de Pesquisa para o Desenvolvimento Karenni (KDRG) e faz campanhas para deter o investimento estrangeiro em projetos de “desenvolvimento” do regime birmanês.
Quando os britânicos invadiram a Índia faz 250 anos, eles se depararam com o sub- continente revestido de um mosaico de vegetação que não conseguiam entender. Árvores altas e escuras, trepadeiras retorcidas, gramado silvestre... a pura abundância tropical das florestas da Índia causou um impacto neles. No final das contas, as florestas passaram a representar problemáticas (ou coisas) mais simples: cobras, tigres, bárbaros/ rebeldes, pragas e aventura. Porém, os colonizadores/ comerciantes britânicos nunca descuidaram o cotidiano e prático que se achava além do “exótico” e “oriental”.
Um outro certificado do FSC de uma importante operação madeireira, agora na Indonésia, tem preocupado os observadores das florestas.