Artigos de boletim

Em 1º de junho de 2006, o Seminário sobre “Os Direitos dos Povos Indígenas e o Avanço do Agronegócio: problemas e desafios” teve lugar na cidade de Vitória, Espírito Santo, Brasil. O Seminário reuniu as comunidades Tupinikim e Guarani e também outras comunidades afetadas pelas plantações de monoculturas em grande escala, junto a vários setores da sociedade civil no Estado do Espírito Santo, a fim de refletirem minuciosamente sobre o assunto.
Em março de 2006, o WRM divulgou a publicação “Fachada verde: Análise crítica da certificação FSC das monoculturas industriais no Uruguai” (vide em http://www.wrm.org.uy/countries/Uruguay/book.html). A pesquisa abordou as quatro principais companhias com plantações certificadas e incluiu uma pormenorizada crítica dos relatórios das certificadoras, complementada com entrevistas a trabalhadores e pessoas das comunidades locais nas vizinhanças da área das plantações.
O Equador é um dos países com uma das maiores taxas de desmatamento em nível mundial. Neste processo há diferentes atores, entre os que estão não apenas as grandes empresas madeireiras que tipicamente realizam suas atividades de extração de madeira flutuando entre a legalidade e a ilegalidade, mas também as empresas que desmatam para instalar grandes monoculturas de árvores, desde dendezeiros até pinus e eucaliptos.
Uma grande parte da população mundial- em especial a masculina- está, nestes dias, grudada na tevê assistindo ao campeonato mundial de futebol. Ainda que muitos estejam cientes de que não se trata simplesmente de um esporte mas de um enorme negócio globalizado, no qual os jogadores são pouco mais do que gladiadores descartáveis ao serviço de grandes empresas, não podem deixar de assistir, curtir ou sofrer a cada jogo.
Um documento que vazou do Painel de Fiscalização do Banco Mundial [1] apresenta numerosas críticas a um projeto de manejo florestal do próprio Banco no Camboja, por descumprir as salvaguardas internas, ignorar as comunidades locais e fracassar no objetivo de reduzir a pobreza- declara a Global Witness, uma organização internacional não partidária, que foi indicada para o prêmio Nobel da Paz de 2003 por ter trabalhado para desvendar a forma em que os diamantes financiaram guerras civis na África e que se focaliza nas relações entre a exploração dos recursos naturais e o financiamento de conf
Por ser a evidência da mudança climática cada vez mais convincente, aumenta em intensidade a batalha sobre quem formula suas causas, efeitos e soluções. Tanto no âmbito popular quanto no político, saber quais serão as vozes ouvidas e quais as não ouvidas torna-se um assunto político chave do nosso tempo. Hoje, no nível da política internacional, chama a atenção a ausência de considerações de gênero nos debates sobre mudança climática.
Desde a década de 90 fez-se muito ruído a respeito das florestas da Bacia do Congo, para bem e para mal. E uma nova ondada ambiental cai sobre a República Democrática do Congo, de uma amplitude muito parecida com o “boom do Zaire” da década de 70. Mas cabe perguntar-se se as administrações florestais centro-africanas, que costumam estar submetidas a fatores sociológicos insidiosos, alinham-se com as aspirações e necessidades de bem-estar das populações da região.
Um computador. Isso foi tudo o que o americano Paul Lambert, representante da empresa Tortuga Landing, ofereceu ao Ministério do Ambiente e Energia (MINAE) como compensação por ter construído un caminho de 105 metros de comprimento por quatro de largura, e por eliminar a regeneração natural em uma floresta da zona marítimo terrestre em Quepos, município do Pacífico central. O fato aconteceu durante uma audiência de “conciliação” que teve lugar no passado 17 de fevereiro no Tribunal Ambiental Administrativo (Processo Nº 184-05-3-TAA).
No começo do século XX, a Gâmbia estava coberta por florestas densas e quase impenetráveis. Atualmente restam apenas poucas porções de floresta primária, com 78% da área remanescente de florestas classificada como “vegetação de savana de árvores e arbustos degradados.” A principal causa desse processo de degradação da floresta pode ser remontada à introdução do amendoim, que se transformou no principal cultivo comercial orientado às exportações, principalmente destinado a fornecer o mercado francês com óleo industrial e comestível.
O Fórum Nacional de Povos e Trabalhadores da Floresta (NFFPFW- sigla em inglês) dá as boas- vindas ao relatório apresentado pelo Comitê Parlamentar Conjunto (JPC- sigla em inglês) sobre o Projeto de Lei de Direitos à Floresta e se mostra otimista quanto a sua aprovação pelo Gabinete Central e seu encaminhamento ao Congresso. O NFFPFW ainda reconhece o papel da presidência e dos membros do JPC, e a contribuição de todos os outros movimentos sociais, grupos de luta de povos da floresta que deram forma ao projeto através de suas sugestões e apresentações junto ao JPC.
Foram enviadas inúmeras cartas desde o estrangeiro ao governo do Equador no contexto da campanha de apoio a organizações sociais e indígenas equatorianas que pretendem evitar a aprovação de uma legislação que implicaria a expansão das monoculturas de árvores em grande escala (vide artigo sobre o Equador neste boletim).
Os técnicos que prestam serviços às transnacionais têm demonstrado ter uma ilimitada capacidade de inventividade para servirem melhor aos que lhes pagam. Nada é impossível, nem absurdo, nem imoral para eles. Entre seus mais recentes sucessos, contam com ter conseguido pôr à venda a própria natureza sob o disfarce dos chamados “serviços ambientais”. Expressões como “venda de oxigênio” e “venda de sumidouros de carbono” são agora freqüentes, em particular nos países do sul.