Artigos de boletim

Convidamos vocês a refletir junto a uma militante que, a partir de suas lutas no Brasil, explora os processos de resistência e os desafios enfrentados. Nesta reflexão, também convidamos a aderir à resistência coletiva, sejam quais forem os seus próprios contextos e espaços de organização. A luta continua e a luta é uma só!
Em 22 de novembro terminou a COP29 sobre mudanças climáticas, em Baku, Azerbaijão. Numa de suas sessões, autoridades brasileiras falaram da próxima COP30 na Amazônia, em frente a uma mega foto da Floresta Amazônica intacta. No entanto, longe dos holofotes de Baku, a realidade de muitos povos Amazônicos é de desespero com a floresta sendo consumida por incêndios florestais.
São cada vez mais comuns iniciativas de ONGs e empresas voltadas para a "questão de gênero" que distorcem e despolitizam a luta feminista. Os vários exemplos de "maquiagem lilás" não enfrentam as causas estruturais da opressão sobre as mulheres, perpetuando desigualdades sistêmicas dentro do sistema capitalista.
Na província de Kalimantan Oriental, o Banco Mundial está apoiando o primeiro programa de REDD jurisdicional do governo indonésio, e as ONGs conservacionistas internacionais TNC e WWF cumprem um papel fundamental na preparação e na execução. Embora proclamem que é uma “história de sucesso” (1), o programa está cheio de contradições.
A recém-lançada “Declaração de Mouila” é uma mensagem de resistência, solidariedade e unidade de comunidades e organizações de base que são membros da Aliança Informal contra a expansão das Monoculturas Industriais.
“Declaramos nossa oposição ao projeto de mineração”. Essa é a mensagem da comunidade de Sainte Luce à QIT-Madagascar Minerals (QMM) e autoridades de Madagascar. A comunidade declarou sua oposição às intenções da empresa de minerar ilmenita, usada na fabricação de tinta branca e plásticos, entre outros produtos, pois isso destruiria suas terras e suas pescarias. Eles deixaram sua posição clara em uma carta e depoimentos em vídeo, que entregaram à subsidiária da Rio Tinto e às autoridades em dezembro de 2023.
A proposta para “fechar a lacuna do financiamento da biodiversidade” não aborda as causas subjacentes da perda dessa biodiversidade, e sim aprofunda a financeirização da natureza, permitindo que o setor empresarial e financeiro lucre com a crise ambiental. Andre Standing, membro da Coalizão para Acordos Justos de Pesca (CFFA), analisa essa questão nesta entrevista publicada pela Acción Ecológica durante a COP16 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).
O artigo trata da criação do REDD+ enquanto “moda de conservação”, o que lastreou o direcionamento de recursos de bancos de investimento e governos do norte global, imediatamente também despertando o interesse de corporações do setor alimentício e de bens de consumo.
Entre 21 de outubro e 1º de novembro, acontece na Colômbia a COP16 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), uma iniciativa que tem falhado em seu objetivo de conter a alarmante perda de biodiversidade. De 30 anos para cá, em vez de pôr fim à destruição causada pelas empresas extrativistas, as propostas da CDB vêm piorando a situação, com ações que prejudicam a soberania e a permanência de Povos Indígenas e comunidades nos territórios que estes habitam e protegem.
Este artigo conta a história de um podcast que está sendo lançado em conjunto com Solidaritas Perumpuan, uma organização feminista da Indonésia. É o terceiro episódio da série “A luta das mulheres pela terra”, que o WRM vem produzindo com organizações de diferentes países. Ele conta a história da resistência das mulheres às plantações industriais de dendê, ao REDD e a um mega-projeto de produção de alimentos em três aldeias de Kalimantan Central.
A empresa Sequoia alega ter obtido 60.000 hectares para um projeto de monocultura de eucalipto na província de Haut-Ogooué, no Gabão. As declarações das comunidades e uma pesquisa de opinião com mais de 1.400 pessoas da região afetada jogaram luz sobre a total rejeição desse projeto de plantação. Autoridades do atual governo e parlamento também expressaram abertamente sua oposição ao projeto.
No Congo-Brazzaville, projetos de plantio de árvores para mercados de carbono proliferaram nos últimos quatro anos. Isso significa a implantação de monoculturas em larga escala iniciadas por empresas petrolíferas sob o rótulo sedutor de neutralidade de carbono e criação de empregos em favor das comunidades, quando na realidade não são uma solução para a crise climática nem um benefício para as comunidades do Congo.